sábado, 21 de abril de 2012

MPF quer impedir que universidades usem Enem no 2º semestre


O Ministério Público Federal no Ceará (MPF/CE) informou nesta sexta-feira que entrou com uma ação civil pública na Justiça para impedir que as notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2011 sejam utilizadas no preenchimento de vagas em universidades públicas no segundo semestre, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu).
Segundo o MPF, o pedido leva em conta a "comprovação" do inquérito da Polícia Federal de que o vazamento de questões na última edição do Enem não ficou restrito a 14 itens e envolveu um número maior de escolas do que se imaginava inicialmente. "Além de estudantes do Christus, alunos de outros 29 colégios cearenses teriam tido acesso prévio a questões do Enem", afirmou o MPF.
Na ação, o procurador Oscar Costa Filho pede também a anulação de seleções eventualmente já realizadas para o segundo semestre de 2012 que utilizaram notas do Enem. Para Costa Filho, permitir que os resultados de provas que tiveram questões previamente divulgadas continuem sendo usados para o ingresso de alunos é uma medida que "desafia os princípios da legalidade, particularmente a isonomia entre os candidatos".
Entenda o caso
Alunos do colégio Christus, de Fortaleza (CE), tiveram acesso antecipado a 14 questões que foram cobradas na prova de outubro de 2011 por meio de uma apostila distribuída pela escola semanas antes da aplicação do Enem. A Polícia Federal concluiu, depois de dois meses de investigação, que os itens vazaram da fase de pré-tese da qual a escola cearense participou, em 2010. Em março de 2012, o o MPF apresentou denúncia à Justiça contra cinco pessoas pelo envolvimento no vazamento - duas representantes do Inep, uma representante da Cesgranrio, consórcio responsável pela aplicação do teste, e dois funcionários do colégio.

A prova do Enem é composta por questões que integram um banco de itens do Inep. Antes de entrar para esse banco, cada questão passa por um pré-teste, que avalia se o item é válido e qual é o grau de dificuldade. Os alunos que participam do pré-teste são escolhidos aleatoriamente e, após responder ao caderno de questões, devolvem o material que deve ser incinerado. Segundo o Ministério da Educação (MEC), 91 alunos do Christus participaram do pré-teste em 2010 e as questões foram copiadas de dois dos 32 cadernos de prova aplicados na escola.

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