sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Alexandre Garcia: ‘Greve é um dos sintomas do descaso com educação'

'alexandre.garciaAs autoridades não sentem os prejuízos disso. Os prejuízos são das crianças e jovens. Os prejuízos são do país', afirma.

Teve uma confusão daquelas na quinta-feira (29) no Ceará. A Polícia Militar impediu que professores em greve entrassem no plenário da Assembleia. A briga acabou, mas o impasse continua. Os professores dormiram na assembleia.
Não é só no Ceará. Na capital do país, na quinta-feira (29) não houve aula nas escolas públicas do Fundamental e Médio, porque os professores fizeram protesto diante do palácio do governo. A Universidade de Brasília (UnB) está frequentemente em greve; e o Instituto Federal, com cursos técnicos e superiores, está em greve há 45 dias.

As autoridades não sentem os prejuízos disso. Os prejuízos são das crianças e jovens. Os prejuízos são do país. Protestos, manifestações e greves são alguns dos sintomas sérios do descaso que sofre a educação no Brasil, incluindo aí a desvalorização dos professores.


Há 50 anos, uma das principais brincadeiras das menininhas em casa era de professora. A professora era um ícone. A vocação brotava cedo. Hoje o professor está desestimulado e mal formado, e a qualidade de ensino é medíocre. E pensar que é uma das mais nobres profissões, porque forma o futuro. Mas isso não se traduz na formação do educador nem na sua remuneração.

No Ceará, por exemplo, um deputado estadual ganha mais que uma dúzia de professores do Ensino Médio. Que justiça há nessa desproporção? Como a educação está medíocre, o futuro do Brasil – e já se sente isso no presente – pode ser também medíocre.

As empresas que precisam de profissionais sentem essa falta de ensino. Os cursos superiores se deterioram, da medicina ao direito. E não poderia ser diferente, porque a base é fraca. A educação, que é a prioridade das prioridades, talvez seja temida pelos que estabelecem as prioridades, porque educação liberta.
Fonte: Bom Dia Brasil - G1 / apeoc

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