domingo, 17 de julho de 2011

População espera até 8 horas para fazer boletim de ocorrência no CE


Duas delegacias distritais fazem atendimento no domingo (17) em Fortaleza.
Atendimento segue plano operacional da polícia civil, que está em greve.

Leonardo HefferDo G1 CE com informações de André Alencar
O tempo médio para registrar um boletim de ocorrência era de 8 horas nas duas delegacias de plantão que funcionaram neste domingo (17) em Fortaleza. De acordo com o plano operacional do Sindicato dos policiais civis de carreira do Ceará, além 2º e o 34º distritos policiais, a delegacia da Criança e do Adolescente e a de defesa da mulher funcionam até as 8h de segunda-feira (18) em Fortaleza. O motivo seria a greve da polícia civil do ceará que começou no dia 2 de julho.
Francisca Eunice, de 70 anos, era um exemplo dessa espera. Ela chegou ao 34º DP para registrar um boletim de ocorrência sobre o desaparecimento do filho, acontecido no dia 1º deste mês. “É um absurdo, sou uma idosa, e estou aqui desde as 10 horas da manhã e não faço a mínima ideia de quando vou ser atendida”, reclama Eunice.
Na mesma delegacia, Adriana Azevedo aguardava atendimento para conseguir um documento necessário para liberar o corpo do cunhado, que faleceu em um acidente de moto e está no Instituto Doutor José Frota. “Além de perder o cunhado, a gente fica aqui sofrendo esperando por um boletim de ocorrência. Minha mãe está no interior querendo saber quando vai poder enterrar o filho, e eu não sei o que dizer a ela”, lamenta Adriana.
Já no 2º DP, a comerciante Gardênia Girão também aguardava para fazer um boletim de ocorrência. Ela foi abordada enquanto saía com o carro de casa no Bairro Messejana. Os suspeitos levaram o veículo com todo os produtos que Gardênia revendia, além de cheques, que segundo ela, somavam R$30 mil reais. O carro foi encontrado, mas nada dos produtos nem o dinheiro. “É muito difícil a gente ser honesto. A gente trabalha, paga imposto e aí fica aqui esperando para fazer o boletim de um valor que me foi roubado, e é um valor alto”, diz Gardênia.
Greve
A greve da polícia civil, que começou no dia 2 de julho, chegou ao terceiro fim de semana em Fortaleza. De acordo com o Sinpoci, aos sábados e domingos, somente duas delegacias fazem o atendimento de toda a capital. De acordo com a categoria, ainda não houve negociações por parte do governo. Eles pedem reajuste salarial de 60% do ganho do delegado e melhores condições de trabalho. Nesta segunda-feira (18) policiais realizam assembleia para definir se permanecem ou não em greve.

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